Ensinam-nos que perdoar é amar. Que devemos perdoar tanto aqueles que amamos como aqueles que pouco conhecemos. Ou seja, ensinam-nos a dar segundas e terceiras oportunidades a quem, de alguma forma, falhou para connosco. A agir tal como gostaríamos que agissem connosco quando também falhamos com os outros.
É justo!
Mas não esquecemos as injúrias. Eu, pelo menos, não esqueço! E é ser hipócrita pensar que o simples perdão faz com que as coisas voltem a ser como dantes.
Não voltarão!
As pessoas mudam com as atitudes que vão tomando pois somos como agimos e não como pensamos agir. O que significa que as consequências dos nossos atos moldam-nos o carácter. O problema é que a minha consciência, que sabe disso, mói-me sem piedade. Seria tudo muito mais fácil se a minha consciência tirasse férias vez quando. Assim, as recordações dos atos falhados e de situações embaraçosas não intimidariam a decisão agir em conformidade com o presente, com o agora e já!
Sou uma pessoa impulsiva e isso tem um alto preço para a minha vida. Os mais ponderados e responsáveis pelo que se passa minuto a minuto nas suas vidas terão sempre maior controlo sobre as consequências dos atos. Porque têm discernimento para antever o que pode acontecer no segundo antes de agirem. Claro que há sempre inesperados que fogem ao controlo, mas isso são contingências necessárias do devir e da mudança pois o mundo é um lugar mutável e elástico.
Perdoemos, sim. Mas perdoemos para nos acautelar, para saber o que esperar e como reagir.
Perdoemos para assumirmos que somos falíveis, que não somos perfeitos nem melhores que os outros.
Perdoemos porque isso nos torna mais humanos. Porque ser humano é, também, existir com os outros e através dos outros.
Perdoemos porque somos animais políticos; precisamos que outros nos ajudem a transformar o espaço onde vivemos num sítio melhor.
Perdoemos para amar; observar as mudanças subtis nos outros (e em nós) que faz com que pertençamos uns aos outros.
Perdoemos, sem ódios, sem rancores. Mas conservemos a memória do que nos é dado e pedido num silêncio atento e vigilante.
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sábado, 8 de outubro de 2016
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