Tenho uma voz que comanda as minhas ações que está para lá da minha consciência.
Por mais que saiba que a minha consciência é a fonte de toda a dor e sofrimento que atinge a minha emocionalidade, é a voz que a contraria que me provoca a maior parte dos meus problemas.
Penso que a voz da minha consciência é permissiva à voz da minha vontade imediata...
Por um lado, julgo que a minha consciência pertence ao inconsciente cósmico, essa entidade que vai para lá do individual e que pertence à vida para além daquilo que se conhece. Todos a temos e eu não sou excepção. É uma entidade verdadeira e real, velha como tudo, mãe de todas as sabedorias terrenas e fonte clássica de todas as aspirações espirituais do ser humano.
Há, dentro de mim, essa entidade e é ela que me avisa, alerta e aconselha sobre tudo o que se passa à minha volta. Eu sei que deveria confiar nessa voz. E confio. Mas não lhe ligo nenhuma.
Obedeço, simplesmente, a esta minha voz que floresce a quente sobre a minha pele, que é teimosa e não tem ouvidos. Só tem olhos e desejo de ter. É uma voz que cobiça o que os olhos vêem e não presta atenção ao que observam.
A voz do meu consciente sim, essa tem origem no que os olhos observam e o coração pressente. Nunca soube lidar com essa sabedoria dentro de mim. Aliás, trato-a mal. Sei que a tenho, mas sou um revoltado perante ela. Só uso a minha sabedoria por vaidade, não por verdadeira necessidade.
A minha voz imediata é rebelde e imatura. Sabe que está protegida à custa da boa vontade da minha inteligência e do meu consciente que é demasiado benevolente para com os seus erros.
É tempo de dar voz à voz do meu consciente. Porque o meu consciente vai beber do meu inconsciente e é nele que toda a magia do ser vivo reside. É no meu inconsciente que reside a natureza do que sou. Se quiser ser um homem mais seguro devo segurar essa voz pausada e quente, atenciosa e compreensiva, e dar-lhe potência e vibração. A minha voz impaciente, a que cresce do imediato e cujas raízes não vão para além da derme, terá sempre o seu lugar. Existirá sempre e aproveitar-se-à de todas as oportunidades para fazer os seus estragos.
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sexta-feira, 7 de outubro de 2016
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