segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Esvaziei a mente.

Fui nadar. Mergulhei o corpo na água e obriguei-o a fluir. E, com ele, deixei-me ir.
Antes de ir as preocupações povoavam a minha mente. Agora deixei-as a descansar. Os músculos ficaram doridos mas o corpo leve. A alma serena e orgulhosa de si.

Era meu propósito escrever antes de ir nadar para trazer à luz do dia grandes revelações a meu respeito. Queria te escrito sobre as grandes conversas e os grandes discursos que tenho para comigo mesmo. Aí vejo-me como herói onde derroto os meus opositores imaginários que vestem a pele de pessoas reais (tão injusto para elas...).
Nesses cenário imaginários estou sempre em conflito com alguém e vejo-me sempre a responder a confrontações. Essas confrontações sou sempre eu que as fabrico para se adequarem às respostas que eu quero dar. Desta forma saio sempre vitorioso e o meu adversário derrotado e inferiorizado.

No entanto, tenho que ter a coragem para admitir que os temas em questão são triviais, mesquinhos e egoístas.
Não há nada de virtuoso nestas discussões.
Não há, portanto, razões para que pudesse esperar de mim grandes revelações para problema universais e existenciais.
À luz disso, também não há razões para me sentir nem herói nem senhor de grandes intelecções.

Quero dizer, então, que sou e serei sempre um homem pequenino mas que, verdade seja dita, procura sempre ser grande (é essa a minha natureza).

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