quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Eu não gosto de pessoas.

Talvez não goste de pessoas porque não confio nelas.
Cresci a pensar que precisava de pessoas para viver, para me sentir feliz.
Foi assim que me vi a depositar nelas muitas esperanças. Mas eram esperanças vazias pelo que delas nada pude colher.

Talvez não goste de pessoas porque não gosto do que elas são para mim. Provavelmente são elas que não gostam do que eu sou para elas.

Passei o que vivi nesta vida a tentar perceber o que é que as pessoas queriam ou o que procuravam. Procurava conquistar-lhes a confiança porque, julgava, se fizesse com que gostassem de mim talvez elas desejassem descobrir em mim o que eu desconhecia de mim.
Hoje reconheço, e admito, que essa minha atitude era interesseira e que eu disfarçava com "porreirismo". Era um "gajo porreiro", um "fixe".
E procurava sem olhar a quem...
Mas nunca encontrei nada. Nem me deram nada que eu dissesse "era mesmo isto que eu precisava".

Hoje sei.
Sei que procurei algo nos outros sem nunca os querer como pessoas. Eu só queria que os outros me dessem sem que eu tivesse alguma coisa para lhes dar.

Eu nunca tive nada para dar.

Nada!



Sem comentários:

Enviar um comentário